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11 de fevereiro de 2008

É... é caro mesmo.

Lendo esta notícia do noticiário Folha On-line, da Folha de São Paulo, parei pra pensar como é penoso colocar em prática um projeto visionário.

Ainda nos tempos da faculdade, fiquei maravilhado quando vi a primeira notícia do projeto do MIT para o laptop de 100 dólares, o chamado OLPC ou One Laptop per Child (um laptop por criança), um computador de baixíssimo custo e pouco poder de processamento mas suficiente para executar softwares educativos e com várias funcionalidades que auxiliariam no processo didático. Tem bastante informação no site oficial do projeto.

A idéia é linda, mas o negócio tem desandado. Incompetência mais uma vez é a causa do problema, incompetência de arregaçar as mangas e negociar e implantar melhores condições para implementar o projeto. Ficou caro demais para fazer a primeira remessa de 150 mil computadores educacionais. A proposta mais baixa, feita pelo Positivo Informática, passou dos 600 reais. Segundo a notícia, proposta bem mais baixa foi feita pela mesma empresa no Uruguay, mas de acordo com o explicado lá, os termos da prestação do serviço eram bem mais brandas.

Apesar de empolgado, sempre fui cético na contrução de um computador com um valor tão baixo (algo em torno de R$ 180,00 no cambio atual), mesmo com os limites de capacidade que o projeto apresenta. Sai caro mesmo. Mas mesmo assim, o governo está errando em algumas coisas que reparei ao assistir este vídeo, onde o idealizador do projeto - Nicholas Negroponte - discursa:

  • 60% do valor dos laptops que compramos hoje são distinados para pagar custos de marketing e distribuição, os outros 40% pagam o produto em si. O governo incluiu obrigatoriedade de distribuição dos computadores nas escolas que participam do projeto (o Uruguai não). Por que não usar os aviões e carros do exército para fazer uma tarefa tão simples? Trabalho nobre de um dia para nossos amigos militares.
  • A manutenção deveria ser fornecida pelo próprio governo, nas escolas onde os notebooks seriam entregues. Uma equipe poderia ser formada e receber treinamentos para manter os equipamentos dos alunos. Duas ou três pessoas (talvez mais, dependendo do porte da escola) seria suficientes para manter funcionando os computadores dos alunos e por um preço rasoável, uma vez que não é tão caro o salário de um técnico de manutenção de computadores. Este tipo de serviço para ser barato deveria ser centralizado, mas seria algo inviável pelas características de uso do aparelho, sem contar o custo de transporte.
Talvez um pouco a mais de planejamento resolveria o problema.

Agora que viram o tamanho do rombo, espero que Lula e sua equipe corrijam seus erros e tratem de colocar em prática esse projeto que tem muito a oferecer à eduação de nossas crianças.

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